quarta-feira, 23 de junho de 2010

Vamoooooo!

De volta nos trilhos! Ufaaaa...


Em 2009 a maioria dos adversários me colocava na categoria de jogador tight agressive. Porém, quem me viu jogar no último mês, sabe que estou jogando estilo maniac, overagressive, reckless(sometimes). E pareço ter me encontrado novamente.
Podem ter certeza, a geral aprendeu a jogar pré-flop. Hoje é possível encontrar mtos randoms jogando com % pré-flop bem respeitáveis. Isso é um pouco assustador, já que mtts online se baseiam mto em jogo pré. Talvez nesse primeiro semestre de 2010 eu tenha sentido isso. Parecia não haver mais mta edge em high-stakes mtts. Não estava mais respeitando minhas próprias decisões e subestimando minha própria habilidade no jogo.
Algumas coisas mto importantes que se solidificaram em mim.

"Tournament poker is about acumulation, just like cash games"
Estou jogando bem agressivo com % alta de VPIP e PFR desde o começo dos torneios. É lógico que a medida que o torneio avança, o field se afulina e o nível do adversário aumenta. Então, pq não tentar maximizar as edges enquanto o nível ainda é pitoresco e todos estão bem deep? Isso foi fundamental pra mim. Venho forçando jogar flops em posição contra jogadores que visivelmente estão cometendo erros. Também estou aplicando vários 3 bets, em posição, com mãos fortes, mas que foldariam para um 4 bet. Isso provou ser muito lucrativo. Se vc fizer isso contra um bom jogador, ele vai resolver a parada antes do flop, foldando(na grande maioria das vezes) ou 4 betando. Contra os mais fracos, o range de call é bem maior, mas na maioria vc acaba levando o pote inflado com um cbet.

As consequências diretas disso são que normalmente vou ter um stack mto bom no middle game ou vou ter caído do torneio um pouco mais cedo. Na verdade, nao devemos nos preocupar em cair cedo em certa % dos torneios. O foco é chegar entre os três primeiros. E basta um torneios pra isso.

Obv, ainda há mtas vezes que tenho que trabalhar short-stack e desse forma, sou obrigado a jogar tight-agressive(mas utilizando as técnicas dos shoves de 20bbs). Jogando short é mais fácil ser lucrativo, mas não é possível ter um ROI mto elevado. A grande edge parece ser mesmo no jogo deep. Uma das minhas brigas agora é ficar deep e poder jogar super loose.
Gboro, em uma well no p5s, foi perguntado sobre onde estava a diferença entre um average regular e um superstars do online. Ele respondeu: "Post-flop play". Para jogar post-flop é preciso estar deep. É daí que é possível conseguir um retorno maior. Obs.: é nescessário saber jogar bem post-flop tbm. Resumindo, enquanto se está deep em relação aos blings, o melhor é jogar torneios assim como cash games. Apenas quando os blinds crescem que se deve adotar os estilos de jogo que caracterizam short stack tournaments.

"open miniraises"
Essa talvez foi a grande sacada para poder executar meu novo estilo. Usando aberturas com miniraise, o custo benefício da investida ao pote é maior. Então é possível abrir muito mais mãos e constantemente pressionar a mesa. Como o investido ao pote é pouco, dá pra foldar bastante para 3 bets, sem se envolver muito. Dar calls em 3 bets ou 4 betar são moves que deixo para aqueles adversários que claramente estão abusando(em resposta ao meu abuso). Roubar potes pré-flop é arma principal do meu arsenal. É a arma mais lucrativa que disponho e muitas vezes deixo passar outros moves lucrativos, apenas para continuar com a robalheira de potes. Isso é small-ball. Várias vezes deixo de cbetar potes, apenas pq achava q o cbet não passaria uma % de vezes significativa. Double barrel deixo para situações muito óbvias apenas, não forço a barra. Resumindo, pego realmente muito pesado pré-flop, mas sou mais light post-flop. Isso faz sentido, uma pelo q expliquei sobre qual é minha arma principal e outra pq em geral meu range vai ser mais fraco que o do adversário. Se estou abrindo abrindo em certo ponto, 30% das mãos, e alguém me paga meu raise, é óbvio que em geral vou estar atrás.
As consequências de usar miniraises, contra raises padrões são poucas. A mais direta é que o big blind vai defender um pouco mais. Isso não chega a ser uma grande preocupação já que temos posição e iniciativa. Gosto desse fato intimidador dos miniraises. Tu dá odds para o bb defender com qq coisa, mas não está nem aí pra isso. Se quer jogar potes sem posição contra um bom jogador, o problema é teu!

'game flow'
Saber o q está acontecendo na mesa é fundamental para um loose-agressive player. Eu não sei colocar no papel esses conceitos, pq ainda não pensei muito sobre isso. Esse é o tipo de conhecimento que adquiri nas mesas mesmo. É mais um feeling, mas com certeza pode ser colocado no papel. Utilizo alguns indicadores para saber se meu open-raise vai passar ou não. Observo se alguém dobrou nas mãos anteriores. Se sim, considero que este jogador vai jogar de forma bem da força de sua mão, pois vai estar feliz com seu stack dobrado. Se alguém perdeu muitas na mão anterior, tbm considero que essa pessoa não vai querer fazer muitos moves. Isso talvez não vale para jogadores fracos, pois ele tiltam. Mas é bem verdadeiro para jogadores bons.
Outra situação: abro de botão e sou voltado. Na mão seguinte abro de novo e me voltam de novo. Não tenho nada e foldo. Na mão seguinte, a mesa roda em fold e também não tenho nada. A maioria pensaria em não abrir essa mão, mas parece ser uma grande situação. Não espero ninguém jogar muito tricky contra mim nesse spot, pq parece muito forte. Normalmente levo o pote pré-flop aqui e como o retorno dos miniraises é alto, praticamente recupero o investido nos dois openraises anteriores. Essa sequência de raises é chamado de "string bets" e são bem funcionais.
Game flow é assunto bem sutil. Gostaria de poder falar mais sobre isso.

Esse post já está bem massante e fico por aqui.

Abração !

sexta-feira, 11 de junho de 2010

:)

E aí!
Tinha um post praticamente pronto sobre as últimas mudanças que tinha feito no meu jogo e que estão funcionando muito bem. Mas com os acontecimentos das últimas semanas prefiro falar disso.

Finalmente todo o dinheiro investido em 2010, em torneios high-stakes, começa a dar resultado. Há duas semanas venci meu primeiro torneio 100+R, no FTP. Já havia vencido duas vezes o 100+1R+1A, mas nunca um 100+R livre. Então veio o esperado domingão e consegui fazer FT do Sunday 500, pegando um quarto lugar. Pra completar a good run, fiz minha primeira FT do Super Tuesday, outra vez ficando em quarto lugar. Nos dois torneios do PS, consegui contruir um belo stack by middle game e daí foi realmente muito suave para chegar até a FT. Small-ball bombando.

Fazem 3 dias que voltamos do Peru e a viagem foi demais! Bedias e luomagnífico são parceraços. A galera de Passo Fundo, Mr Brizza, MaxPudim e Luciano são ainda outras figuraças que só se encontra nesse nosso ramo. Troquei idéia com muitas outras pessoas que ainda não tinha falado muito: Vgreen, o parceiro do Vgreen que me esqueci o nome :(, Gabriel, Mojave, Amarula, José Rodrigues "Escobar", AlêGomes e "impulsivo". Nas mesas, pude dar uma treinada no inglês, já que espanhol não sai nada. Conheci dois americanos, gente finíssimas, Marty "TheLipoFound" e Chris Conrad e que são bem talentosos. Chris quase chegou lá, caindo numa mão gigante AQ<84s, se eu não me engano na 11ª posição. Troquei idéia também com a disputada Verônica "Princesa" e tive que 4 betar a moça em duas ocasiões. Falei um pouco também com Papadelpoker, grande jogador do Panamá, que me tirou do torneio.



Falando um pouco do torneio agora. A organização é impecável. O Poker Stars faz um ótimo trabalho, tanto no torneio, como fora, recebendo muito bem os jogadores. Houve uma festa de abertura, num pier. Lugar muito irado, tudo na conta deles! O hotel escolhido para abrigar os jogadores que satelitaram é, sem dúvidas, o melhor da cidade. A estrutura é muito boa também. Dá pra esperar good spots, assim como em um bom torneio online. O field é fraco e agora consigo entender o real valor desses live tournaments. Foi nesse torneio que peguei gosto pela coisa.

Comecei jogando bem tight, o que não era meu plano, mas não estava tendo os spots certos. Porém, logo no quarto nível, fiz uma jogada extremamente agressiva, onde coloquei minhas fichas atrás, mas saí por cima. Obviamente foi uma jogada pensada, contra o adversário certo, com o board certo, mas depois de jogar dois dias esse torneio e ver que há muito jogo, talvez teria optado por não ter executado tal linha. Um dos motivos que estavam me impedindo de soltar o braço era um adversário extremamente laggy, sentado duas seats a minha esquerada. Enquanto ele esteve deep, acho q estava jogando algo como 40/30, realmente um absurdo de mãos. Estava louco para pegar ele. Vamos a mão: blinds 150/300 a25, ele faz tudo 100 em utg+1, utg+2 paga. Eu no SB, com J8s, faço tudo 3500. Ele rapidamente paga e o caller folda. Até então eu não sabia como ele estava jogando contra reraises, pois live players, preferem call que 3 bets e era assim q a mesa estava jogando. Tive dificuldade de lhe colocar um range, mas era algo como any pair, ATs+, T9s+, talvez Axs. O board veio T87r. O pote tinha em torno de 8.5k e eu tinha 17k pra trás. Decidi que não foldaria mais minha mão. Dou check e ele beta 5k, eu faço tudo 15k, ele se levanta, fala qq coisa, e fomos pro pau. Para a minha total infelicidade ele mostra JJ. Porém, o turn trouxe meu 8 e o river veio blank! :0
Consegui soltar um pouco o braço, mas acabei o dia com 33k, na média.
No segundo dia, em outra mesa, pude soltar mais o jogo. Ganhei um flip, TT>KQo, fui para 70k. Consegui roubar vários blinds de um jogador muito tight. E na terceira vez seguida que aumento o blind dele, ele me volta. Mas desta vez tenho AK. :). Mando allin e ele folda. Vou a 100k. Me mantive entre os 70 e 90k por algum tempo. Já em outra mesa, consegui dois bons resteals e continuei mantendo meu stack. Então veio a mão crucial. Um jogador que tinha chegado na mesa a pouco tempo, manda 18bbs(70k) em CO. Eu acordo no SB com AQo, com 80k de stack. Ele não era guri, mas tinha aparência jovem. Eu não sabia se ele tinha conhecimento do poder dos big shoves em late pos. Estávamos perto da bolha. Na internet eu vou pro pau sem pensar muito. No live acho q é mais borderline. Decidi que queria ter um bom stack para abusar na bolha e fui pro pau. Para a minha felicidade ele mostra AJo! Board vem QT8... turn K! Shit... Mas blz, ainda sobraram 8k. Mando allin de JTo e dobro contra o J8o do BB. Duas mãos depois sou BB e encontro JJ. Papadelpoker, mandou allin e eu insta pago. Perdi o flip e GG. De qq forma, grande presença.
Joguei muito confiante e não tive medo de fazer o que achava certo. Sem dúvida, foi uma grande xperience.


joaoMathias e Bedias


hotelzinho

Vou voltar a escrever de estratégias e táticas, agora me pilhei um pouco mais. Ainda essa semana libero o post que está quase pronto, falando da importância de sempre se focar em acumular chips e dos miniraises pre-flop.

Feels good to run good again.